Lambaeróbica
História da lambaeróbica - A Lambaeróbica nasceu nos anos 80 em Porto Seguro, quando ainda só se conhecia a cidade por ser Sítio Histórico do Descobrimento e por ter exportado a Lambada para o mundo. Naquela época, Porto Seguro também ficou conhecida como a cidade da paquera. Era quase impossível passar as férias por lá sem voltar apaixonado, namorando ou no mínimo, com muita história pra contar. O clima sempre foi quente, as noites sem fim, embaladas pela sensualidade da dança local contribuíam muito para esse "Élan" que a cidade tinha. Porto Seguro sempre foi, e é até hoje, um lugar mágico. Quem já foi sabe. As noites aconteciam na Passarela do Álcool, uma avenida que tem bares, lojas e restaurantes de um lado e barracas de artesanato e "Capeta" do outro. Ali, todos que curtiram as diversas praias da cidade durante o dia, se encontravam para beber, conversar, dançar muito e, é claro, beijar na boca. Bares como Porto Prego, Sótão, entre outros, ficavam abertos até de manhã e todos cantavam e se divertiam com os diversos artistas locais. Para o pessoal mais afim de um agito, a Boca da Barra era o "point". Uma cobertura de sapê com arquibancadas em volta e uma pista de dança no meio. Um DJ soltava os sucessos do Kaoma, Beto Barbosa e muito Zouk, a lambada francesa. Os nativos davam verdadeiros shows. Depois de algum tempo, eles se encarregavam de colocar todos os turistas na pista e ensinavam os passos básicos da lambada. Quando a Reggae Night foi inaugurada, as coisas começaram a tomar uma forma mais profissional. Formiga, um dos primeiros locutores da cidade, animava do palco a galera que tentava aprender. Brás, Zezinho, Didi, todos ex-dançarinos do Kaoma, lideravam um grupo enorme de dançarinos nativos que faziam a alegria dos turistas. Bel, Don, Giovana, Bilu, Néa, Deinha, Patrícia. Eram muitos. Ali era o templo da Lambada, até que Brás coreografou "A Dança do Tago-Mago", do grupo Kaoma, onde todos dançavam separados no melhor estilo ''Discoteca'' dos anos 70. Eram passos em seqüência com várias repetições, quase uma aula de aeróbica, mas com muito swing. A idéia fez sucesso e logo surgiram outras músicas com coreografia. Durante meia-hora a lambada era deixada de lado e todos se entregavam de bom grado aos movimentos seqüenciados. Era o "Refresco da Lambada" que depois veio a se chamar lambaeróbica. As músicas que faziam sucesso no carnaval de Salvador começaram a ganhar suas coreografias. Aí começou a ascensão do axé music. Asa de Águia e Chicletes com Banana foram os primeiros. Olodum, Eva Araketu e É o Tchan, que na época ainda era Gera Samba e por aí vai. A festa não parava e a lambaeróbica foi tomando maior espaço nas noites da Reggae Night. Tocava-se no começo da noite, seqüências de Lambaeróbica intercaladas com Reggae e Pagode até de manhã e, quando se achava que era hora de voltar para o hotel o DJ soltava novamente a lambada. Era uma maratona dançante!!! Nessa época o Park Virasol era o Centro de Entretenimento mais freqüentado pelos turistas durante o dia e praia ficava lotada para assistir o show do transformista Margô. Depois do show, os nativos puxavam a Lambaeróbica na areia mesmo. No ano de 94 o proprietário do Vira Sol, Wilson Cruz, convidou a Sharon, personalidade marcante até hoje no Axe Moi, para implantar um sistema interno de rádio em seu estabelecimento. Wilson cruz, com sua visão empreendedora, gostou da idéia e a partir daí os dias de Porto Seguro nunca mais foram os mesmos. O primeiro passo foi contratar bailarinos para a casa passando assim a não mais depender dos nativos da praia para a lambaeróbica. A idéia deu tão certo que um palco foi montado e outros bailarinos contratados. A lambaeróbica era intercalada com o show da Margô. Na seqüência vieram as brincadeiras com o público. Mais parecia um programa de auditório como os que se vêem hoje na TV. Logo todos os estabelecimentos aderiram a essa novidade contratando seus próprios bailarinos e locutores. Outros nomes como Showcollati, Cláudio Marcos e Nira, surgiram na animação de palco. Com o sucesso do É o Tchan coreografando suas músicas, a coisa tomou proporções colossais e dançar música baiana sem coreografia já não era possível. E assim surgiu a Lambaeróbica.